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Teste será em modelo animal, na fase chamada de estudos pré-clínicos

 Uma vacina contra a covid-19 será testada em seres
vivos pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), por meio do Instituto de Tecnologia
em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos). O teste será em modelo animal, fase de
desenvolvimento chamada de estudos pré-clínicos. A informação foi divulgada em
nota, nesta quarta-feira (10), pela Fiocruz.
https://agenciabrasil.ebc.com.br/ebc.png?id=1309275&o=node
 “A abordagem do projeto é de uma vacina
sintética, com base em peptídeos antigênicos de células B e T – ou seja,
com pequenas partes de proteínas do vírus capazes de induzir a produção de
anticorpos específicos para defender o organismo contra agentes desconhecidos –
neste caso, o Sars-CoV-2 [covid-19]”, explicou a Fiocruz.
 Segundo o instituto, essas biomoléculas,
identificadas em modelo computacional (in
silico
), foram produzidas por síntese química e validadas in vitro. Os peptídeos foram
acoplados em nanopartículas, que funcionam como uma forma de “entrega”, para
apresentar essas biomoléculas para o sistema imune com melhor imunogenicidade e
ativar sua defesa.
 “As vantagens da abordagem vacinal sintética
são a rapidez no desenvolvimento em comparação às metodologias tradicionais e o
não requerimento de instalações de biossegurança nível 3 para as primeiras
etapas de desenvolvimento (sendo necessárias somente a partir dos estudos
pré-clínicos), bem como o custo reduzido de produção e a estabilidade da vacina
para armazenagem”, detalhou a Fiocruz.
 A fundação explicou que, na próxima etapa,
serão feitas formulações vacinais com essas biomoléculas acopladas em
nanopartículas, para avaliação in
vivo
, onde serão obtidos os primeiros resultados relacionados à
imunidade conferida ao novo coronavírus.
 “A partir dos resultados dos estudos
pré-clínicos, parte-se para a fase dos estudos clínicos de fases I, II e III.
De qualquer forma, mesmo em processo acelerado de desenvolvimento tecnológico
e, obtendo resultados positivos em todas as etapas futuras, a vacina autóctone
de Bio-Manguinhos/Fiocruz não chegará ao registro antes de 2022”, concluiu.
Foto: Erasmo Salomão