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Ações do laboratório americano dispararam com o anúncio

 O laboratório americano Moderna informou nesta
segunda-feira (18) que sua vacina experimental contra a covid-19 mostrou
potencial em um estudo de estágio inicial, já que produziu anticorpos
neutralizadores do vírus semelhantes àqueles encontrados em pacientes
recuperados, o que fez o preço das ações dispararem cerca de 25%.
 A vacina da empresa está na vanguarda dos
esforços de desenvolvimento de um tratamento para o vírus de disseminação veloz
e, na semana passada, recebeu o selo de “aprovação rápida” da agência
de saúde dos Estados Unidos para que a revisão regulatória seja acelerada. A
Moderna espera iniciar um estudo de estágio final mais amplo em julho.
 Atualmente não existem tratamentos ou vacinas
aprovados para a covid-19, causada pelo novo coronavírus, e especialistas
preveem que uma vacina segura e eficiente pode demorar de 12 a 18 meses.
 Oito pacientes que receberam a vacina da
Moderna mostraram níveis de anticorpos similares àqueles de pessoas que se
recuperaram da covid-19, segundo resultados iniciais do estudo feito pelo
Instituto Nacional de Saúde dos EUA.
 Todos os 45 participantes do estudo receberam
três doses diferentes da vacina, e a Moderna disse que viu um aumento de
dependência da dose na imunogenicidade, a capacidade de provocar uma reação
imune no corpo.
 “Essas são descobertas significativas,
mas é um ensaio clínico de estágio inicial que incluiu apenas oito pessoas. Foi
projetado para a segurança. Não para a eficácia”, disse Amesh Adalja,
especialista em doenças infecciosas do Johns Hopkins Center for Health
Security, que não estava envolvido no estudo.
 Os dados iniciais oferecem um vislumbre de
esperança para uma vacina entre as mais avançadas em desenvolvimento.
 Adalja disse que muitas falhas podem ocorrer
entre agora e o momento em que a vacina for testada quanto à eficácia em
milhares de pessoas. “O que vemos é encorajador”, disse ele.

 Maximizando doses

 “No contexto de uma pandemia, esperamos
que a demanda exceda em muito a oferta e, quanto menor a dose, mais pessoas
esperamos poder proteger”, disse o médico chefe Tal Zaks.
 Em abril, o governo dos EUA fez uma aposta na
Moderna, apoiando sua vacina com US$ 483 milhões da Autoridade Biomédica de
Pesquisa e Desenvolvimento Avançado (Barda), parte do Departamento de Saúde e
Serviços Humanos dos EUA (HHS).
 A empresa disse que o avanço permitirá
fornecer milhões de doses por mês em 2020 e, com investimentos adicionais,
dezenas de milhões por mês em 2021, se a vacina for bem-sucedida.
 “Estamos investindo para intensificar a
fabricação para que possamos maximizar o número de doses que conseguimos
produzir para ajudar a proteger tantas pessoas quanto pudermos da
Sars-CoV-2”, disse o executivo-chefe da Moderna, Stéphane Bancel.
 A empresa assinou contratos com a farmacêutica
suíça Lonza Group e com o governo dos EUA para produzir em grande quantidade a
vacina, que se mostrou segura e bem tolerada no estudo de estágio inicial.
 Um participante do teste teve vermelhidão no
local da injeção, o que foi caracterizado como um efeito de “grau 3”.
Não foi relatado nenhum efeito colateral grave, segundo a empresa.
 As ações da Moderna subiram 240% no espaço de
12 meses encerrado na última sexta-feira (15).
Foto: Dado Ruvic