InícioMUNDOVulcão ‘zumbi’ acorda após permanecer 250 mil anos inativo

Vulcão ‘zumbi’ acorda após permanecer 250 mil anos inativo

Adormecido há mais de 250 mil anos, o vulcão Uturuncu, localizado na Cordilheira dos Andes, na Bolívia, vem intrigando cientistas com sinais de instabilidade, como terremotos e nuvens de gases, desde os anos 1990.

Agora, um estudo publicado no final de abril nos Anais da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos trouxe novas pistas sobre esse vulcão “zumbi”, que, apesar de inativo por milênios, apresenta atividade subterrânea.

Segundo a pesquisa, conduzida por cientistas norte-americanos, chineses e britânicos, o solo ao redor do Uturuncu está se deformando: o centro do sistema vulcânico está subindo e as áreas ao redor afundando, formando um padrão semelhante a um “sombrero”.

Medições por satélite e GPS registraram taxas de elevação de até 10 milímetros por ano, um número considerado elevado.

Os pesquisadores combinaram sismologia, modelos físicos e análises químicas das rochas para entender a causa dessa agitação.

Eles concluíram que o movimento de líquidos e gases sob a cratera, originados do corpo de magma Altiplano-Puna – o maior reservatório de magma conhecido na crosta terrestre –, é responsável pelos tremores e deformações. Esses fluidos sobem e formam reservatórios de gás e salmoura abaixo do cume do vulcão, impulsionando sua atividade.

“Nossos resultados mostram como métodos geofísicos e geológicos interligados podem ser usados para entender melhor os vulcões e os perigos e recursos potenciais que eles apresentam”, disse em um comunicado Mike Kendall, coautor do estudo e chefe do departamento de ciências da terra da Universidade de Oxford.

Há risco de erupção?

Apesar dos sinais de vida, o risco de uma erupção é considerado baixo. A pesquisa mapeou mais de 1,7 mil terremotos e analisou o funcionamento interno do vulcão, observando como os líquidos e gases se acumulam em bolsões de pressão.

A quantidade de gás armazenado é pequena, reduzindo a probabilidade de uma explosão. Ainda assim, uma eventual erupção poderia causar danos generalizados e ameaçar populações locais devido à localização do vulcão acima do imenso reservatório de magma.

Os métodos utilizados no estudo podem ser aplicados a outros vulcões. “Os mais de 1.400 vulcões potencialmente ativos e dezenas de vulcões como o Uturuncu, que não são considerados ativos, mas mostram sinais de vida, podem ser melhor compreendidos”, disse Matthew Pritchard, coautor da pesquisa e professor da Universidade de Cornell.

Fonte: R7

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