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Belém (PA) – Lívia Noronha, candidata a deputa estadual do Pará pelo PSOL, acusa o Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE-Pará) de racismo, após receber intimação para alterar foto que irá aparecer nas urnas no dia das eleições por estar usando um turbante.

Em nota, o TRE-Pará disse que houve “desconformidade com o parâmetro de enquadramento estabelecido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE)”. O órgão também afirmou que a candidata depois enviou a mesma foto, “agora com o enquadramento de busto”.

A equipe de Lívia afirma ter sido solicitada a esclarecer sobre o uso do turbante na imagem. Informações do site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) apontam que a candidata alterou a foto quatro dias depois da intimação, em 20 de agosto, mas na nova foto, Lívia também aparece com o turbante.

Lívia afirma que será racismo se a nova foto não for aceita, já que ela considera o turbante como uma peça de identificação étnico-religiosa, o que é permitido pela legislação eleitoral.

“Eles estão lendo o turbante como adorno ou elemento cênico, o que é pior. Talvez se eu fosse uma mulher branca, europeia, aí sim talvez o turbante pudesse ser identificado como adorno, mas não é o caso. Eu sou preta, faz parte das minhas raízes e da religião que pertenço”, alega a candidata.

A assessoria jurídica do PSOL diz que: “para mulheres negras, como a candidata Lívia Noronha, o turbante é um símbolo de identidade, de uma luta permanente e de um posicionamento político. O uso do turbante, das tranças, do cabelo afro natural é uma resposta simbólica antirracista, de dignidade, tornando visível, reivindicando e empoderando as mulheres negras, reconhecendo a existência, a legitimidade de outras formas de beleza”.

Fonte: Msn