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Timão caiu no Majestoso, trocou farpas públicas com Veríssimo, fracassou na inscrição de Garro e viu crise aumentar em 2024

 

A frase “não há nada tão ruim que não possa piorar” hoje soa quase como um mantra involuntário para o torcedor do CorinthiansA derrota para o São Paulo no Majestoso da última terça-feira, 30, provocou para o clube paulista o aprofundamento de uma crise que parece sem fim. Há uma espécie de caixa de pandora aberta.

No mesmo dia, o Timão viu cair uma invencibilidade de nove anos e quatro meses ostentada sobre o rival na Neo Química Arena, trocou acusações públicas com o zagueiro Lucas Veríssimo, fracassou na inscrição e utilização do meia argentino Rodrigo Garro, principal reforço para a temporada, e aumentou a mau momento em campo.

A série de uma vitória e três derrotas nas quatro primeiras partidas já configura o pior início de temporada desde 1999.

Depois de superar o Guarani na estreia, a equipe só perdeu: 1 a 0 para o Ituano, 1 a 0 para o São Bernardo – com um jogador a mais em campo desde o primeiro tempo – e 2 a 1 para o São Paulo.

Em 1999, a temporada começou com uma derrota por 6 a 1 para o Botafogo pelo já extinto Torneio Rio-São Paulo. Pela mesma competição, o time perderia outras duas vezes: 2 a 1 para São Paulo e 2 a 0 para o Flamengo.

O primeiro triunfo só ocorreu diante do modesto Ubiratan Esporte Clube, de Mato Grosso, pela Copa do Brasil. O resultado não anulou a partida de volta, disputada 17 dias depois e vencida por 6 a 2. Naquele ano, o Timão terminaria com os títulos do Paulista e do Brasileirão.

Pressão

O novo mau resultado aumentou a pressão sobre o técnico Mano Menezes. Gritos como “joga por amor ou joga por terror” e “tem que ser homem para jogar no Coringão” ecoaram na Neo Química Arena, principalmente no setor norte. Nomes como Yuri Alberto e Matías Rojas foram vaiados ao serem substituídos.

O calvário vivido por Mano pode igualar sua pior série de derrotas consecutivas pelo Corinthians – quando perdeu por quatro vezes em 2014 durante o processo de remontagem da base que havia conquistado títulos de peso entre 2011 e 2013.

A maior parte da culpa agora recai sobre os ombros do presidente Augusto Melo, empossado há menos de mês, mas com o trabalho desgastado rapidamente por seguidas falhas públicas. Foi chamado de mitômano pelo jornalista Juca Kfouri – aquele que tem compulsão de mentir.

Augusto Melo toma posse no Corinthians - Jose Manoel Idalgo /Divulgação
                     Augusto Melo tem sofrido críticas no início de gestão – Jose Manoel Idalgo/Divulgação

O episódio envolvendo Veríssimo, anunciado como reforço definitivo do clube e, dias depois, negociado pelo seu antigo clube, o Benfica, com o Al-Duhail, do Catar, ainda segue rendendo.

Em entrevista ao canal de YouTube do André Hernan e ao site ge, o defensor criticou a diretoria dizendo ter sido desvalorizado pela indefinição do pagamento por parte do Timão. Ele conta ter se reunido algumas vezes com Rubão, diretor de futebol do alvinegro.

O clube rebateu tornando públicos e-mails enviados pelo clube ao empresário Paulo Pitombeira com o pré-contrato que deveria ter sido assinado pelo defensor. O estafe do jogador diz que o documento não tinha validade jurídica.

Com Garro, novo fracasso. O jogador chegou a ser relacionado e foi até o estádio com a esperança de enfim estrear pelo clube, mas acabou não aparecendo a tempo no BID (Boletim Informativo Diário) da CBF para registro. O Timão acionou o Talleres na Fifa e recebeu a documentação na segunda-feira. Mesmo assim, não viabilizou sua inscrição.

Confira o início do Timão ano a ano (só considerando partidas por competições oficiais: amistosos e Florida Cup não são contabilizados)

2024 (25%)
1 vitória e 3 derrotas

2023 (58,3%)
2 vitórias, 1 empate e 1 derrota

2022 (58,3%)
2 vitórias, 1 empate e 1 derrota

2021* (50%)
2 vitórias e 2 empates

2020 (58,3%)
2 vitórias, 1 empate e 1 derrota

2019 (33,3%)
1 vitória, 1 empate e 2 derrotas

2018 (75%)
3 vitórias e 1 derrota

2017 (75%)
3 vitórias e 1 derrota

2016 (100%)
4 vitórias

2015 (75%)
3 vitórias e 1 empate

2014 (50%)
2 vitórias, 2 derrotas

2013 (58,3%)
2 vitórias, 1 empate e 1 derrota

2012 (100%)
4 vitórias

2011 (50%)
1 vitória e 3 empates

2010 (66,6%)
2 vitórias e 2 empates

2009 (83,3%)
3 vitórias e 1 empate

2008 (58,3%)
2 vitórias, 1 empate e 1 derrota

2007 (75%)
3 vitórias e 1 derrota

2006 (50%)
2 vitórias e 2 derrotas

2005 (50%)
2 vitórias e 2 derrotas

2004 (66,6%)
2 vitórias e 2 empates

2003(83,3%)
3 vitórias e 1 empate

2002 (41,6%)
1 vitória, 2 empates e 1 derrota

2001(41,6%)
1 vitória, 2 empates e 1 derrota

2000 (66,6%)
2 vitórias e 2 empates

1999 (25%)
1 vitória e 3 derrotas

*em 2021, o ano começou com partidas atrasadas pelo Brasileirão 2020. Considerados apenas os jogos a partir de 28 de fevereiro, já pelo Paulistão

 

Fonte: Placar Esportes

Foto: Divulgação