TCE

 O presidente em exercício, Hamilton Mourão,
disse hoje (21) que a disputa interna no PSL, partido do presidente Jair
Bolsonaro, não deve prejudicar a votação da proposta de reforma da Previdência.
O texto da reforma deve ser votado amanhã (22) no plenário do Senado, em
segundo turno. Para que seja aprovado e siga para promulgação, o projeto
precisa alcançar o mínimo de 49 votos favoráveis.
 De acordo com Mourão, os parlamentares da
legenda no Senado estão blindados em relação à disputa na Câmara dos Deputados.
“Acho que não [atrapalha]. A votação de maior interesse é amanhã, a da
Previdência, e o Senado parece que não foi contaminado ainda pela disputa no
PSL. Acho que amanhã nós vencemos isso e espero que, daqui para o final da
semana, o PSL se reorganize e chegue a um acordo”, disse Mourão a jornalistas.
 Na semana passada, disputas em torno do cargo
de líder do partido na Câmara evidenciaram divergências envolvendo apoiadores
do presidente da legenda, deputado Luciano Bivar (PE), e do presidente Jair
Bolsonaro.
 Nesta segunda-feira, em novo capítulo da
disputa, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) conseguiu assumir a liderança da
legenda na Câmara. A troca de comando no PSL ocorreu após Eduardo apresentar
uma nova lista com assinaturas de deputados em seu apoio. A ala bolsonarista
conseguiu reunir 28 assinaturas consideradas válidas para tirar do posto o
antigo líder, o deputado Delegado Waldir (GO).

 Vazamento de óleo

 Mourão voltou a falar sobre o vazamento de
óleo que atinge praias do litoral do Nordeste desde o fim de agosto. O
presidente em exercício detalhou um pouco mais o reforço dos militares do
Exército escalados para ajudar na limpeza das praias.
 No início da tarde, Mourão informou que um
grupo militares, da 10ª Brigada de Infantaria Motorizada do Exército, em
Recife, começou a trabalhar hoje na limpeza das praias. Segundo o presidente em
exercício, o grupo é formado por cerca de 5 mil militares, não serão todos os
militares que atuarão. O quantitativo dependerá das necessidades apontadas.
 “Quem define é o comandante da brigada, de
acordo com a tarefa que ele receber. Por exemplo: ‘eu vou ter que limpar 10
praias, então vamos colocar uma companhia de fuzileiros, que são 120 homens em
cada uma das praias’”, disse Mourão. Para ele, o emprego de militares do
Exército ajuda a dar visibilidade às ações do governo. “O que está acontecendo
é tipo assim: a gente está fazendo o trabalho e não está tendo visibilidade,
então vamos botar mais visibilidade nisso aí”, acrescentou.
 Sobre a origem do óleo, o presidente em
exercício disse que as pesquisas indicam que o produto pode ter origem
venezuelana, mas descartou a participação do país vizinho no vazamento. “Os
dados dos especialistas, por enquanto, mostram que o óleo seria venezuelano,
mas isso não quer dizer que tem a ver com a Venezuela. O óleo venezuelano é
vendido para vários lugares do mundo. A grande coisa é que não é nosso”,
afirmou Mourão.

  Ele acrescentou que, em algum momento, o
óleo vai parar de chegar às praias.

  “Ele
vai se esgotar por si mesmo. A questão que a gente vem investigando, há algum
tempo, é determinar quem é o responsável.”
Foto: José Cruz