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A fala ocorreu durante CPMI que investiga o 8 de janeiro, nesta terça (1°/8). A relatora rebateu o filho do ex-presidente Bolsonaro e disse pediu que a acusação “caluniosa” seja apurada pela comissão

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) acusou nesta terça-feira (1°/8) os assessores da senadora Eliziane Gama (PSD-MA) pelo vazamento de dados sigilosos do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-ajudante de ordens tenente-coronel Mauro Cid.

A fala ocorreu em sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os ataques terroristas do 8 de janeiro, da qual Eliziane é relatora.

“Com todo o respeito, relatora, o que chega até agora é que quem teve acesso a esses documentos foram os seus assessores”, declarou, gerando protestos de parlamentares. Flávio criticou a atuação do Coaf, que produziu relatórios sobre movimentações financeiras de R$ 17 milhões em contas de Jair Bolsonaro e de R$ 3,2 milhões em contas de Mauro Cid. Segundo o senador, informações de login no sistema apontam quem teve acesso aos documentos.

Em resposta, Eliziane afirmou que a declaração de Flávio é caluniosa e pediu para que o presidente do colegiado, Arthur Maia (União-BA), tome as providências necessárias para apurar a acusação.

Ela afirmou ainda que apenas quem tem a informação de quem acessou os documentos são os integrantes da Mesa Diretora, o que não inclui Flávio Bolsonaro. Eliziane disse ainda que seus assessores têm, sim, acesso aos documentos, já que ela é relatora, e que acessam o material por ordem dela depois que são enviados à CPMI pelos respectivos órgãos.

“Incorre aí um crime do código penal, que é de denunciação caluniosa. Quando eu ouvi e li essa matéria no O Globo, eu fiquei absolutamente triste. Se existe alguma coisa que prejudica são esses vazamentos de informações, que impedem o andamento das investigações”, afirmou Eliziane.

Arthur Maia determinou ainda que o vazamento de informações seja apurado.

Ainda na sessão de hoje, o colegiado ouve o ex-diretor adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Saulo Moura da Cunha. Sua defesa pediu que a oitiva aconteça a portas fechadas, o que ainda não foi decidido pela CPMI.

 

Fonte: Correio Braziliense

Foto: Divulgação