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Vídeo publicado nas redes sociais neste sábado (4) denuncia incúria e irresponsabilidade médica no Hospital Regional de Extrema, distrito de Porto Velho, na divisa do Acre com Rondônia, distante 120 quilômetros da capital Rio Branco. O vídeo mostra uma agulha deixada ou esquecida dentro do braço de um paciente, Valderí Maia, de 80 anos, após um procedimento cirúrgico realizado na unidade de saúde. O paciente conviveu com o objeto esquecido em seu corpo por no mínimo quatro dias.
A reportagem do ContilNet apurou que o vídeo foi produzido pelo radialista Val Gomes, de uma rádio comunitária local, no momento em que uma mulher alheia ao serviço de saúde retira o curativo e a agulha do braço do idoso. “Não é de hoje que a população do distrito de Extrema denuncia que o atendimento do hospital regrediu drasticamente após a troca de governo e direção interna”, disse o radialista. “A deficiência em que o Hospital está passando também tem afetado em cheio os moradores de Nova Califórnia e, principalmente, de Vista Alegre do Abunã, que agonizam em um precário Posto de Saúde”, acrescentou.

O radialista não soube informar quem fez o procedimento cirúrgico no braço do ancião e esqueceu a agulha no tecido. Após a cirurgia, o paciente continuava a reclamar de dores agudas e, após o exame feito por curiosos, constatou-se a existência da agulha esquecida sob a pele, na carne do idoso
Distante de Rio Branco (AC) cerca de 120 quilômetros, pela BR-364, o distrito de Extrema um dia já pertenceu ao território acreano. Em 1987, a então governadora Iolanda Fleming chegou a determinar a ocupação da Vila pela Polícia Militar do Acre na disputa pelo território com o Estado de Rondônia. Por muito pouco as polícias dos dois estados não entraram em confronto. O pelotão da Polícia Militar do Acre na localidade era comandado pelo então tenente Hildebrando Pascoal.

Dez anos depois dos conflitos e da ocupação militar do Acre na localidade, o Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, decidiu a questão a favor de Rondônia. O então governador do Acre, Orleir Cameli, não recorreu da decisão e, desde então, a população local, estimada atualmente em pelo menos 50 mil pessoas sem se considerar os moradores das imediações, de Califórnia e Vista Alegre do Abunã, vive administrativamente sob o governo de Rondônia. “Este é o problema. Como a localidade está distante quase 400 quilômetros de Porto Velho, as relações passam a ser com o Acre, em Rio Branco, que é mais perto”, disse o radialista.

A distância de Porto Velho, portanto, é a causa do caos vivenciado na localidade em todos os setores, principalmente na área de saúde, conforme constatou o ancião Valderí Maia.

Por : Contilnet notícias