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O Irã lançou na madrugada de sábado (13) para domingo (14) um amplo e aguardado ataque aéreo contra Israel em retaliação ao bombardeio contra sua embaixada em Damasco, na Síria, que deixou mais de 10 mortos no início de abril.

O bombardeio durou cinco horas e envolveu mais de 500 drones e mísseis, inclusive hipersônicos, porém não há relatos de danos significativos ou de perda de vidas em solo israelense, protegido pelo sofisticado sistema Iron Dome (Domo de Ferro) e por caças de aliados, sobretudo dos Estados Unidos.

Apenas as forças americanas interceptaram mais de 70 drones e pelo menos três mísseis balísticos iranianos, porém o presidente dos EUA, Joe Biden, disse ao premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, que o desfecho sem vítimas dos ataques pode ser considerado “uma vitória”.

Ainda assim, uma menina de 10 anos teria ficado ferida por estilhaços após a interceptação de um drone sobre o deserto de Negev.

Biden também deve conversar com os líderes do G7 para “coordenar uma resposta diplomática unitária” contra Teerã. Já a União Europeia definiu o “inaceitável” bombardeio como uma “escalada sem precedentes” e uma “grave ameaça à segurança regional”.

O Irã alegou que o ataque foi uma resposta à “agressão israelense contra a sede diplomática em Damasco”, enquanto uma multidão saiu às ruas de Teerã para comemorar a retaliação.

Por sua vez, o secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou “firmemente a grave escalada representada pelo ataque do Irã contra Israel” e exortou “todas as partes a exercer máxima moderação para evitar qualquer ação que possa levar a enfrentamentos militares no Oriente Médio”. “A região e o mundo não podem se permitir mais uma guerra”, disse.

O Conselho de Segurança das Nações Unidas deve fazer uma reunião de emergência neste domingo para discutir a situação.

O ministro da Defesa da Itália, Guido Crosetto, também se pronunciou e afirmou que o bombardeio é uma “ação sem precedentes que pode causar uma escalada dramática”.

A retaliação do Irã ao ataque contra sua embaixada em Damasco já era aguardada havia vários dias, o que deu tempo para Israel preparar suas defesas e alertar a população, minimizando a possibilidade de danos. Ainda assim, a ação deve ser o bastante para o regime dos aiatolás vender internamente a imagem de força contra Israel, que, no entanto, agora ensaia uma “resposta significativa” a Teerã.

Segundo a imprensa americana, Biden teria expressado de forma privada o temor de que Netanyahu também esteja tentando arrastar os EUA para um conflito. (ANSA).