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Mundo – O resgatador Henry Guerrero, que participou das buscas dos quatro irmãos que ficaram 40 dias desaparecidos na selva amazônica, após um acidente aéreo, contou detalhes da reação das crianças após serem resgatadas. A mãe das quatro crianças permaneceu viva por quatro dias após o acidente de avião em 1º de maio.

Segundo o indígena, a irmã mais velha, Lesly, de apenas 13 anos, foi “muito inteligente”, e liderou os irmãos durante o período em que ficaram desaparecidos.

“Quem dirigiu tudo durante os 40 dias foi a [irmã] mais velha, ela foi muito inteligente porque verificamos o que ela carregava na pasta: ela levou o toldo, a toalha, as peças de acampamento, uma lanterna com duas pilhas, que já estavam gastas, dois celulares, para se distrair de noite; uma caixa de música e uma garrafa de refrigerante”, revela Henry.

Na queda da aeronave, que ocorreu no dia 1º de maio, a mãe das crianças, um líder indígena e o piloto morreram. Desde então, as crianças ficaram “à deriva” na região de Guaviare, próxima da área onde o avião caiu.

“Eu fui o primeiro que disse ao pai: ‘Veja, encontraram os seus filhos. Ele começou a chorar’, conta o resgatador.

Ainda segundo o homem que participou das buscas, as crianças iam em um rio perto de onde estavam instaladas para beber água.

O momento em que o grupo foi encontrado, na última sexta (9), é descrito por muita alegria por Henry, que admite que os envolvidos nas buscas já estavam “desesperados” com a falta de notícias dos garotos.

“Ficamos muito felizes quando os encontramos. Depois de 30 dias de busca, já estávamos um pouco desesperados porque já estávamos aqui há muito tempo e foi o tempo que nos deixou desesperados. E quando a encontramos [Lesly] foi uma felicidade muito imensa”, conta.

“Mas o que admiramos nas quatro crianças, independentemente da menina que não fala, é que eles não perderam a consciência. Perguntamos a ele o que tinham visto, ele disse: ‘Ouvimos os helicópteros com a mensagem da avó em Huitoto”, completa.

Esta mensagem da avó, citada pelo resgatador, se refere a uma das táticas do grupo de buscas, que passava pela floresta com um helicóptero, com caixas de som, trazendo uma mensagem gravada pela avó das crianças, ditas em sua língua nativa.

Apesar de estarem muito debilitadas, as crianças se recuperam em um hospital militar em Bogotá, capital do país, e não correm risco de morte.

Fonte: R7