TCE
Lava Jato:  Mais de R$ 400 milhões de 18 réus da operação
são bloqueados 

Ministério Público Federal (MPF)
entrou com uma ação de improbidade administrativa contra os acusados de crimes,
como corrupção, envolvendo a construção da sede da Petrobras em Salvador.
Por G1 PR — Curitiba
Mais de R$ 400 milhões foram
bloqueados de 18 réus da Operação Lava Jato, de acordo com a Justiça Federal. A
determinação foi do juiz Friedmann Anderson Wendpap, da 1ª Vara Federal de
Curitiba, em uma ação de improbidade administrativa relacionada à investigação
de crimes de corrupção e danos ao erário na construção da sede da Petrobras em
Salvador (BA), a Torre Pituba.
Na decisão, o juiz também
determinou o bloqueio de mais de R$ 18 milhões do Partido dos Trabalhadores
(PT), resguardados os recursos do fundo partidário. Estão envolvidos na ação
nomes como o delator Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, que fez a construção
com a Odebrecht.
Projetos e construção foram
superfaturados em quase R$ 1 bilhão, diz MPF
Delator na Lava Jato relata
entrega de R$ 2 milhões na sede do PT, em São Paulo
A decisão, de 24 de março e que
já foi cumprida, determinou o bloqueio de ativos financeiros, valores mobiliários,
veículos, imóveis e participações societárias. O processo teve o sigilo baixado
nesta quinta-feira (2).
O juiz federal analisou “a
existência ou não de indícios do alegado esquema envolvendo a construção da
Torre Pituba, bem assim da participação individual de cada requerido”. Ele
ressaltou que “há, apenas, vislumbre das imputações feitas pela parte
autora”, visto que o processo criminal está em andamento.
A ação por improbidade
administrativa foi proposta em dezembro do ano passado pelo Ministério Público
Federal (MPF).
Investigação
Houve superfaturamento nos
contratos de gerenciamento da construção e de elaboração de projetos de
arquitetura e de engenharia, de acordo com a Polícia Federal (PF). O caso foi
investigado na 56ª fase da Lava Jato, em 2018.
As duas empreiteiras distribuíram
vantagens indevidas de, pelo menos, R$ 68.295.866 que representam quase 10% do
valor da obra, segundo o MPF.
Os valores eram direcionados,
segundo o MPF, para viabilizar o pagamento de vantagens indevidas para agentes
públicos da Petrobras, do PT e dirigentes da Fundação Petrobras de Seguridade
Social (Petros).
O esquema de contratações
fraudulentas e pagamentos de vantagens indevidas aconteceu entre 2009 a 2016,
de acordo com o MPF. A Petros investiu na execução da obra para alugar o prédio
à estatal por 30 anos.
Recurso do PT
Os advogados Partido dos
Trabalhadores (PT) recorrem da decisão na tentativa de reverter o bloqueio
fiananceiro. Segundo eles, foram efetivamente bloqueados R$ 190,3 mil reais de
contas do partido, sendo R$ 51,3 mil do fundo partidário da mulher.
“Ocorre que, em se tratando
de Fundo Partidário, a impenhorabilidade é prevista em lei”, diz trecho da
petição.
A defesa do partido também alegou
que diante da situação da pandemia do novo coronavírus é necessário considerar
a necessidade de sobrevivência financeira, administrativa e política do PT.
“Nesta perspectiva, a
determinação de bloqueio de elevada quantia – desprovida de qualquer urgência
por parte do demandante – além de violar os preceitos constitucionais de
proporcionalidade e razoabilidade, conforme será adiante abordado, despreza o
atual e delicado contexto, o qual torna ainda mais caros ao Partido Agravante e
às pessoas físicas e jurídicas com as quais mantém relações os recursos
tornados indisponíveis”, afirmam os advogados.
Outro argumento utilizado é o de
que, ainda que sejam provados os fatos narrados na denúncia sobre a construção
da Torre Pituba, “não houve a indispensável demonstração de que são
reflexos de decisões institucionalmente tomadas pelo Partido dos
Trabalhadores”.
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