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O texto aborda casos em que a atuação do judiciário é questionada, como na reforma da justiça Israel. O judiciário brasileiro também foi questionado. Confira

O jornal norte-americano The New York Times citou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em um artigo publicado neste domingo (30/7), sobre uma lei aprovada em Israel que diminui o poder do judiciário no país. Essa reforma passou pelo parlamento israelense na segunda-feira passada (24/7).

Escrito pela jornalista Emily Bazelon, o texto intitulado “Muito em jogo em Israel para a Suprema Corte: o destino da democracia” questiona a validade de uma lei que limita o poder da suprema corte no país. A aprovação dessa medida vem sendo contestada pela oposição ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. A alegação é que o governo deseja minar a democracia e a independência entre os poderes.

O texto cita países em que a atuação do Judiciário foi questionada, como no Brasil. Ao abordar a Suprema Corte brasileira, o Times cita o papel desempenhado por Alexandre de Moraes nas eleições do ano passado e nos embates com o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Para a colunista, a independência judicial brasileira esteve ameaçada mas sobreviveu à realização do pleito presidencial. No artigo, ela lembrou de um discurso que Bolsonaro confrontou Moraes, em 2021.

“O ex-presidente de direita, Jair Bolsonaro, foi atrás do Supremo Tribunal Federal depois que este decidiu contra ele em várias questões e, em agosto de 2021, pediu ao Senado o impeachment de um dos ministros, Alexandre de Moraes. Um mês depois, em um discurso inflamado para mais de 100 mil manifestantes, Bolsonaro disse que não acataria as decisões de Moraes. Uma multidão se reuniu no tribunal, ameaçando invadir”, escreveu.

Essa situação retratada pelo jornal ocorreu no Brasil, durante um discurso que o então presidente falava a apoiadores na Avenida Paulista, em São Paulo. “Dizer a vocês, que qualquer decisão do senhor Alexandre de Moraes, esse presidente não mais cumprirá. A paciência do nosso povo já se esgotou, ele tem tempo ainda de pedir o seu boné e ir cuidar da sua vida. Ele, para nós, não existe mais”, falou Bolsonaro à época.

O texto também citou as determinações judiciais do ministro Alexandre de Moraes contra a divulgação de falsas informações nas redes sociais.

“Na campanha para a eleição de 2022 no Brasil, Moraes, que também era o responsável pelas eleições [presidente do TSE], ordenou a remoção de milhares de postagens em redes sociais para impedir a disseminação de informações falsas e tomou outras medidas extraordinárias para impedir os ataques antidemocráticos de Bolsonaro, que acabou derrotado pelos eleitores“, escreveu.

O texto complementa que, no Brasil, a interpretação sobre as condutas do magistrado é dividida. Isso porque, enquanto alguns acham que o ministro é o “salvador da jovem democracia do Brasil”, outros argumentam que o Moraes foi “longe demais”.

 

 

Fonte: Correio Braziliense

Foto: Divulgação