TCE
SÃO PAULO, SP – Morreu, nessa terça-feira (2), aos 41 anos, o artista plástico roraimense Jaider Esbell. Ele era um dos destaques da 34ª Bienal de São Paulo. O artista, de origem indígena, foi encontrado morto em seu apartamento, em São Paulo.
A informação foi confirmada pelo galerista André Millan, que preferiu não dar mais detalhes sobre a causa da morte. Aos 41 anos, o artista macuxi era um dos principais representantes da arte indígena contemporânea no país, ao lado de nomes como Denilson Baniwa e Isael Maxakali.
Suas obras estão em exposição em São Paulo na mostra Moquém_Surarî: Arte Indígena Contemporânea, no Museu de Arte Moderna de São Paulo, desde setembro, como parte da 34ª Bienal de São Paulo. A exposição do artista reúne pinturas, esculturas, e obras referentes a diversos povos indígenas.
Combinando pintura, escrita, desenho, instalação e performance, seu trabalho entrelaça mitos indígenas, críticas à cultura hegemônica e preocupações socioambientais, derivando ora para o âmbito poético, ora para o posicionamento mais claramente político e ativista.
Esbell
O artista nasceu em 1979, no município de Normandia, região Norte de Roraima, onde atualmente está a reserva indígena Raposa Serra do Sol.
Jaider era filho adotivo de Vovó Bernaldina – mestra indígena da cultura Macuxi, que morreu em junho de 2020 por Covid-19.
Uma das obras de Esbell, “Entidades”, está em destaque no Parque Ibirapuera, na capital paulista. As duas serpentes flutuantes de 10 metros de altura, estão instaladas no lago do parque.
“Entidades” também foi exposta na região do espelho d’água, do Parque da Redenção, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Lá, foram expostas duas cobras de 7 metros durante a 28ª edição Porto Alegre em Cena, Festival Internacional de Artes Cênicas.
Nota
O Governo do Estado de Roraima lamentou a perda, em nota, relatando que o artista “deixa um legado pelos valores culturais e artísticos dos povos indígenas”.