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Presidente confirmou revisão de demarcações de terras indígenas

 O presidente Jair Bolsonaro
confirmou hoje (30) que está previsto receber um telefonema da
chanceler alemã, Angela Merkel, nesta tarde. Os dois devem tratar da doação de
recursos internacionais para o combate às queimadas e preservação das florestas
da Amazônia. “Ela começou com um tom, depois foi para a normalidade. Eu estou
pronto a conversar com qualquer um, exceto o nosso querido [presidente da
França, Emmanuel] Macron, a não ser que ele se retrate sobre a nossa soberania
na Amazônia”, disse Bolsonaro ao deixar o Palácio da Alvorada, nesta manhã.
 A Alemanha é um dos países integrantes do G7,
grupo formado pelas nações mais industrializadas do mundo, que tem ainda
Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido. Em
reunião segunda-feira (26), em Biarritz, na França, os líderes do G7
concordaram em liberar US$ 20 milhões (cerca de R$ 83 milhões) para ajudar a
conter as queimadas, sendo a maior parte do dinheiro para o envio de aeronaves
de combate a incêndios.
 O Brasil, entretanto, ainda não confirmou se
vai aceitar a ajuda. O anúncio da liberação dos recursos foi feito pelo
presidente da França, Emmanuel Macron. 
 Na ocasião, Macron declarou que os incêndios
na Amazônia são uma emergência global e disse que pode não ratificar o acordo
de livre-comércio entre Mercosul e União Europeia e acusou o presidente
brasileiro de mentir sobre o seu real comprometimento com a preservação
ambiental. O presidente francês também levantou a possibilidade de construir um
novo direito internacional para o meio ambiente e estabelecer um status
internacional para a Amazônia.

 Fundo Amazônia

 A Alemanha, junto com a Noruega, é o maior
doador de recursos para Fundo Amazônia, programa de cooperação internacional
para a preservação ambiental na região. No início do mês, os dois países
suspenderam os repasses após a divulgação das taxas de desmatamento na Amazônia
Legal.
 Em diversas ocasiões, o presidente Bolsonaro afirmou
que essas doações eram formas de “comprar a Amazônia à prestação” e ferir a
soberania nacional no controle da região. 
 Mas hoje disse que está
disposto a conversar com Merkel sobre o assunto e receber os recursos, desde
que o Brasil tenha o controle de onde ele será aplicado. “Nós queremos
saber para onde vai essa grana. Geralmente, vai em parte para
ongueiros [organizações não-governamentais], que não tem retorno nenhum.
Em parte vai para boas coisas, compra de material, mas é muita grana para pouca
preservação”, disse o presidente.
 De acordo com ele, o projeto de exploração
mineral da Amazônia está sendo construído pelo Ministério de Minas e Energia e
“vai acontecer”. Bolsonaro também voltou a repetir que não vai demarcar
mais terras indígenas no país e que pretender rever antigas demarcações.
“Decisão minha, não tem mais reserva indígena no Brasil, muito pelo contrário,
vamos rever as que foram demarcadas com laudo, com muita suspeição de fraudes
no passado. Se houver irregularidade, não é inconstitucional”, afirmou.
Fonte: Agência
Brasil
Foto: Antônio
Cruz