TCE

China – Médicos do hospital universitário da Universidade de Fudan, na China, encontraram, dentro do cérebro de uma criança de 1 ano, o feto da própria irmã gêmea idêntica — ele tinha cerca de 10 cm.

Durante a gestação, a gêmea não nascida continuou crescendo dentro da menina e desenvolveu membros superiores, ossos e unhas. A condição é conhecida como feto no feto.

“O feto no feto intracraniano surge de blastocistos [um dos estágios do desenvolvimento de um embrião] não separados. As partes unidas se desenvolvem no prosencéfalo [parte anterior da vesícula cerebral] do feto hospedeiro e envolvem o outro embrião durante o dobramento da placa neural [começa a partir do 22º dia de gestação]”, explicou Zongze Li, neurologista que tratou a menina, ao site de notícias britânico Daily Star.

O feto só foi encontrado após os pais levarem a filha ao hospital em razão de um aumento incomum da cabeça e sinais de comprometimento das habilidades motoras. Como a menina tinha hidrocefalia, ela já contava com um acúmulo de líquido no cérebro e poderia ter quadros de fadiga e convulsões, mas, por meio de tomografias, o feto gêmeo foi encontrado.

A remoção cirúrgica aconteceu logo após a localização, no ano passado. Ainda não se sabe se a menina terá danos a longo prazo em decorrência do ocorrido.

Ele conseguiu passar todo esse tempo “despercebido” no cérebro porque se nutria do sangue da irmã. Cientistas acreditam que, nesses casos, um dos gêmeos consegue se conectar à mãe por meio da placenta, e o outro não. Por isso, ele passa a conseguir os suprimentos necessários por meio dos vasos sanguíneos do irmão — podendo até desenvolver órgãos e membros.

Isso significa que, à medida que o bebê cresce, o outro feto é absorvido. Outra teoria aceita é que o feto no feto é resultado de uma divisão celular tardia.

Segundo o Dayli Star, a condição é extremamente rara e foi encontrada apenas 200 vezes, sendo 18 delas no cérebro – também pode ocorrer na pelve, boca, intestino e escroto.

Fonte: R7