O casal chegou em Goiânia em 2003 a procura de uma vida melhor. Na época, Andreia estava com o filho recém-nascido nos braços. Eles são naturais do Pará e atualmente o filho do casal está com 16 anos.
“Quando a gente veio, o início foi bem difícil. Moramos embaixo de uma lona, só tinha uma cama, fazíamos as necessidades no mato. Ele pedalava 13 km para ir ao trabalho e o mesmo tanto para voltar para casa”, disse Andreia ao Portal G1.
Andreia procurou nos estudo um caminho para mudar de vida. Ela trabalhava como doméstica durante o dia e estudava durante a noite. Ela concluiu o ensino médio com o auxilio do marido, que trabalhava como gari e recolhia livros do lixo.
Os livros de literatura auxiliaram a mulher a ir bem na prova do Enem. Com o desempenho, ela conseguiu uma bolsa integral em um curso de direito. Ela conta que nessa época nunca comprou sequer um livro jurídico, pois recebia doações e conseguia pegar emprestado de colegas.
Antes de se formar, Andreia já possuía um emprego na prefeitura. O passo seguinte foi passar no exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Em 2016, prestes a se formar, uma nova oportunidade bateu à sua porta: um concurso para a carreira de oficial da PM.
O concurso disponibilizava dez vagas, que eram disputadas entre 2,5 mil inscritos. Com muito esforço, uma das vagas foi de Andreia.
Em julho, Andreia espera ser promovida a tenente. Ela tem a pretensão de alcançar o cargo de coronel, o mais alto da patente militar. O filho do casal cursa o ensino médio e sonha fazer faculdade de sociologia. Andreia demonstra profunda gratidão pelo marido, que até hoje trabalha como gari.