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Rafaela Felicciano/Metrópoles

Polícia Federal (PF), em conjunto com o Ministério Público Eleitoral (MPF), deflagrou na manhã desta terça-feira (14/7) a Operação Dark Side. Entre os alvos, está o deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade-SP).

Esta é a primeira fase da Operação Lava Jato junto à Justiça Eleitoral de São Paulo desde entendimento adotado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no Inquérito nº 4.435, em 14 de março de 2019, sobre a competência da Justiça Eleitoral.
São cumpridos sete mandados de busca e apreensão em São Paulo (SP) e Brasília, além do bloqueio judicial de contas bancárias e imóveis dos investigados, determinados pela 1ª Zona Eleitoral de São Paulo (SP).
O inquérito policial foi remetido à Justiça Eleitoral de São Paulo ainda em meados do ano passado, com a colaboração premiada de acionistas e executivos do Grupo J&F.
Por meio da quebra dos sigilos bancários, informações do antigo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e testemunhos, foi constatado o recebimento por Paulinho da Força de doações eleitorais não contabilizadas, “de maneira dissimulada”, durante as campanhas de 2010 e 2012, no valor total de R$ 1,7 milhão.
Os pagamentos teriam ocorrido por meio da simulação da prestação de serviços advocatícios e de valores em espécie, contando para isso com doleiros contratados pelo referido grupo.
Com o decorrer das diligências, os agentes descobriram que o escritório de advocacia, supostamente envolvido na simulação da prestação de serviços, tinha como um dos sócios o genro de Paulinho da Força. Com a quebra do sigilo bancário da empresa, foi identificada também a transferência de valores próximos à eleição de 2012, oriundos de entidade sindical relacionada ao parlamentar investigado e não declarada na campanha.
Além disso, foi verificada a existência de diversas operações financeiras que se caracterizam como lavagem de dinheiro.
Os investigados podem responder pelos crimes de falsidade ideológica eleitoral e lavagem de dinheiro, com penas de 3 a 10 anos de prisão.
Por se tratar de parlamentar no exercício de mandato, as investigações em primeira instância se restringem aos fatos apurados nos anos de 2010 e 2012. Em relação ao escritório de advocacia, a ação policial também busca provas da atualidade da prática de crimes conexos.
Em nota divulgada nas redes oficiais do parlamentar, ele lamenta o ocorrido, “tendo em vista que já são passados 10 anos desde os fatos apontados, sendo que suas contas das eleições de 2010 a 2012 foram aprovadas regularmente pela Justiça Eleitoral”.
Paulinho da Força disse confiar que a “apuração chegará à conclusão de que os fatos trazidos não possuem nenhum fundamento”.
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