A comerciante Caroline Alves de Morais, 32 anos, conhecida como a Patricinha do Golpe, foi condenada em primeira instância a quatro anos de prisão por estelionato. A mulher, que deve responder inicialmente em regime aberto, foi alvo de investigação da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), por lesar ao menos cinco empresários, amigos e um neurocirurgião. O caso foi revelado pela coluna Na Mira, em novembro do ano passado.
De acordo com a sentença, Caroline praticou o crime de estelionato por quatro vezes. “É recomendável que a denunciada cumpra penas alternativas ao invés de ser segregada e, presentes os requisitos legais dispostos no art. 44, do Código Penal, substituo a pena privativa de liberdade por duas penas restritivas de direito, cujo cumprimento se dará em igual período da pena de reclusão”, sentenciou o juiz Márcio Evangelista.
O caso
Segundo vítimas de um dos golpes, Caroline foi a responsável por intermediar a locação de uma mansão em São Miguel do Gostoso, no Rio Grande do Norte, que seria ocupada pelos contratantes durante a semana do Réveillon do ano passado.
Dois dos homens enganados revelaram à coluna que a agora condenada forjou o contrato de aluguel da casa, no valor de R$ 48 mil, e embolsou o sinal de 50%. A negociação, de acordo com as vítimas, começou em maio do ano passado, quando o grupo de amigos se reuniu para planejar uma viagem para as festas de fim de ano.
Golpe em amigas
A coluna também conversou com ex-amigas da golpista, que perderam dinheiro após terem dados de cartões de crédito copiados pela estelionatária. As informações eram obtidas em festas, quase sempre em mansões localizadas em praias paradisíacas do litoral brasileiro.
A analista de dados Evelyn Ribeiro, 31 anos, é uma das vítimas. Ela foi surpreendida com uma fatura de R$ 40 mil, relacionada a compras de roupas e artigos de luxo em algumas das grifes mais caras do mundo. “A Caroline foi esperta, pois copiou os dados do meu cartão no Réveillon e passou a fazer compras quatro meses depois, para que eu não desconfiasse”, disse.
Presente caro
A analista contou que as compras foram feitas em sequência e sempre em valores altos. “Eu havia feito esse cartão para usar em casos de emergência, como algum contratempo durante as viagens. A Caroline sempre se mostrou muito solícita e predisposta a ajudar a organizar as viagens, passeios e eventos. Depois que os golpes vieram à tona é que muita gente está percebendo que perdeu dinheiro”, explicou.
Parte do montante furtado dos amigos era investido em presentes para agradar namorados. Um dos mimos de luxo, comprado na Mont Blanc, foi pago com o cartão de Evelyn, até então amiga da golpista. “Ela sempre viveu uma vida que não era a dela. Chegava a dizer que eu deveria me vestir melhor e comprar roupas em lojas mais caras. Mas ela fazia isso com o dinheiro dos outros”, contou.