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Foto: Divulgação
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Robert Gessner Júnior, de 31 anos, passou 16 dias intubado na UTI, do Hospital Marcelino Champagnat, em Curitiba, na luta pela vida. Em recuperação em casa, o professor hoje comemora conseguir fazer algo que parece simples, mas para quem se recupera das formas mais agressivas da Covid-19 é algo marcante: conseguir beber água.

“Hoje dou valor a poder tomar água, porque quando eu acordei da traqueotomia tinha o perigo de brônquio aspirar, então eu fiquei muito tempo sem poder tomar água. Acho que foram umas duas ou três semanas sem poder tomar água. Então, quando pude tomar água foi um teste para ver se iria dar certo, então a água tinha corante, tinha espessante, mesmo assim achei aquela água a melhor água do mundo. Então uma das coisas que o mais valorizo hoje é poder tomar água”, comemora o professor.

Outro tratamento

Ele foi internado há dois dias do Natal de 2020, depois de sentir muitas dores no corpo, no fundo dos olhos e um exame ter mostrado que seus pulmões estavam 50% comprometidos. Os médicos optaram então por interná-lo e comunicaram a ele a necessidade de intubação. Contudo, o organismo do professor não respondeu ao tratamento. Foi aí que entrou uma última alternativa.

“Esgotamos todas as alternativas de tratamento, principalmente de fisioterapia e ventilação mecânica e não temos resposta, a ECMO é nossa última opção”, explica o médico intensivista e coordenador da UTI do Hospital Marcelino Champagnat, Jarbas da Silva Motta Junior.

tratamento com o aparelho ECMO não é indicado para todos os casos de Covid-19 pois que exige muito do corpo paciente. Um protocolo internacional determina as condições dos pacientes que podem ser submetidos ao exame.

Robert agora se recupera e já pensa em voltar a dar aulas. Mas, para ele, poder conseguir tomar água já foi uma vitória Foto: Divulgação

De acordo com a Elso (Organização para Suporte Vital Extracorpóreo), que é a instituição que regulamenta o uso e as diretrizes para a ECMO no mundo, antes da pandemia, a demanda pelo procedimento era prioritariamente para problemas cardíacos, com 70% dos casos, que, no total, giravam em torno de 150 a 200 por ano no Brasil.
Por se tratar de uma terapia complexa, para incorporar o tratamento com ECMO, além do aparelho, o hospital precisa de capacidade de intervenção bem avançada e equipes multidisciplinares treinadas para operar o equipamento e acompanhar os pacientes.

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