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O Ministério das Comunicações (MCom) e a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) reuniram associações e prestadoras do serviço nesta quarta-feira (22) para avaliar os danos causados pelas chuvas no litoral norte de São Paulo e entender as medidas tomadas para reestabelecer a comunicação no local. “Estamos vendo o quanto o nosso setor e os serviços de telecom são importantes na vida das pessoas e, em um momento como esse, fazem a diferença para salvar vidas. É um momento delicado, em que muitas famílias perderam vidas e ainda estão procurando por pessoas”, afirmou o ministro das Comunicações, Juscelino Filho.

Das quatro maiores operadoras de telefonia móvel e banda larga fixa, apenas a Oi não tem infraestrutura na região e as demais estão com até 6% das redes afetadas no momento, sendo São Sebastião a cidade com a situação mais crítica. Muitas estradas foram bloqueadas por segurança, o que dificulta o acesso aos locais que estão com as redes danificadas. Em algumas praias, agora, só é possível chegar pelo mar.

“O ministro dos Portos e Aeroportos, Márcio França, me ligou disponibilizando e colocando toda a infraestrutura e logística do Porto de Santos (Companhia Docas de Santos), para que a gente possa levar equipes e equipamentos a regiões onde o acesso só se dá pela água. Além disso, também estou em contato com o Ministério de Minas e Energia, porque a energia impacta diretamente o serviço de telecomunicações”, destacou Juscelino. Como muito postes foram derrubados, o cabeamento de fibra óptica, por exemplo, tem sido consertado para o pronto reestabelecimento da comunicação. No entanto, ainda estão exposto por não haver infraestrutura adequada. ANATEL — Ainda no fim de semana passado, a Anatel estabeleceu contato com a Defesa Civil para articular o envio de servidores e equipamentos, na tentativa de localizar as vítimas por meio do sinal emitido por aparelhos eletrônicos, como celulares e tablets. A equipe de técnicos da Agência trabalha com antenas de alto ganho — que localizam sinais de rádio emitidos pelos celulares de maneira mais precisa — além de binóculos, visores, radiocomunicadores e até drones para ajudar nas buscas. A Anatel também obteve um relatório da Defesa Civil e confirmou o envio de mensagens de alertas públicos via tv por assinatura, aplicativos de mensagens instantâneas (Whatsapp e Telegram) e via SMS para celulares cadastrados de forma voluntária pela população, por meio do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). Só por SMS foram emitidos mais de 125 alertas que resultaram em mais de 10,7 milhões de notificações.

“Como esse cadastro depende da população, estamos estudando um sistema similar ao que é utilizado nos Estados Unidos, em que todos os celulares ativos numa região de perigo recebem o alerta, de forma obrigatória, na tela do aparelho”, adiantou o presidente da Anatel, Carlos Baigorri.

PROTOCOLO — Além de entender a atual situação das cidades impactadas pelas chuvas, a reunião também serviu para suscitar a criação de um protocolo emergencial permanente do setor de telecomunicações para situações semelhantes. “É um bom encaminhamento a gente tentar construir esse protocolo. Estamos em alerta porque, nos próximos dias, pode haver novos episódios de chuvas fortes na região, ocasionando outros problemas e um protocolo como esse, reunindo os atores do setores público e privado, pode ajudar em novas crises”, refletiu o ministro das Comunicações.

TELEBRAS — Na terça-feira (21), O MCom, por meio da Telebras, iniciou o envio de 10 antenas portáteis para auxílio de comunicação via satélite em São Sebastião, além de dois engenheiros que darão suporte e treinamento para a utilização das antenas. As antenas possibilitam conexão com taxa de transmissão de 20 Mbps de download de 2 Mbps de upload. O equipamento tem bateria para uso em períodos de falta de energia, com duração de até oito horas.

PONTOS DE ACESSO — Enquanto a infraestrutura não estiver 100%, as operadoras de telefonia também estão mantendo pontos de acesso abertos a redes de internet Wi-Fi para facilitar a comunicação em regiões atingidas – principalmente para os gestores locais, voluntários e vítimas desabrigadas.