TCE
Proposta pode ser votada ainda hoje

 A mensagem do presidente Jair Bolsonaro
pedindo para que o Congresso Nacional decrete estado de calamidade pública no
país, em decorrência da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), chegou à
Câmara dos Deputados no início da tarde de hoje (18).
 A mensagem solicita a decretação de estado de
calamidade até o dia 31 de dezembro de 2020. O anúncio feito ontem (17) por
Bolsonaro, e a proposta recebeu o apoio dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia
(DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).
 A expectativa é que a proposta seja votada
ainda nesta quarta-feira (18), na Câmara dos Deputados, em sessão
extraordinária.
 A declaração de estado de calamidade pública é
uma medida inédita em nível federal. Na mensagem, o governo pede a que seja
dispensado de atingir a meta fiscal, entre outras medidas, para combater a
pandemia.
 O governo argumenta que a medida é necessária
“em virtude do monitoramento permanente da pandemia Covid-19, da necessidade de
elevação dos gastos públicos para proteger a saúde e os empregos dos
brasileiros e da perspectiva de queda de arrecadação”.
 De acordo com o deputado Orlando Silva
(PCdoB-SP), escalado para relatar o texto na Câmara, o pedido do governo será
transformado em Projeto de Decreto Legislativo (PDL).
 Pelo regimento são
necessários pelo menos 257 votos para aprovar o pedido, mas há a costura de um
acordo para que o texto seja aprovado sem alterações em votação simbólica.
 Aprovado na Câmara, o projeto será encaminhado
para o Senado para nova votação, em que são necessários 41 votos.
 “Estamos construindo um acordo para votar o
texto como ele veio do Executivo”, disse Sena ao sair da reunião de
líderes partidários na Câmara.
 O deputado disse que os parlamentares devem
criar uma comissão para acompanhar as ações do governo durante a crise.
 Neste ano, o Orçamento sancionado pelo
presidente Bolsonaro prevê um déficit primário de R$ 124,1 bilhões como meta
fiscal para o Governo Central. Com a adoção do estado de calamidade, o governo
suspende os prazos para ajuste das despesas de pessoal e dos limites do
endividamento; para o cumprimento das metas fiscais; e para adoção dos limites
de empenho (contingenciamento) das despesas.
 Na sessão extraordinária prevista para hoje
(18), também deve ser votada a Medida Provisória (MP) 899/2019,  que trata
da negociação de dívidas tributárias. A medida regulamenta a transação
tributária, com o objetivo de estimular a regularização de débitos fiscais e a
resolução de conflitos entre contribuintes e a União.
 A expectativa é regularizar a situação de 1,9
milhão de contribuintes que devem R$ 1,4 trilhão, nessa modalidade. O texto
também trata da negociação de contenciosos tributários em processos no Conselho
Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), que somam mais de R$ 600 bilhões.
Fonte:  Agencia Brasil
Foto: Valter Campanato