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Jessica Camilleri, de 27 anos, foi condenada a 21 anos e 7 meses de prisão por esfaquear ao menos 100 vezes na cabeça, decapitar e mutilar a própria mãe na Austrália. Segundo familiares, a vítima, Rita Camilleri, de 57 anos, chegou a pagar uma “comunicadora espiritual” para retirar um “demônio” de Jéssica.

A ré foi acusada pelo júri de homicídio culposo, quando não há intenção de matar, em dezembro do ano passado, mesmo se declarando inocente com base em laudos de transtornos mentais. Apesar da decisão do júri, a sentença somente foi proferida pela juíza Helen Wilson, da Suprema Corte, na última sexta-feira (12/3).

O site News.au afirma que psiquiatras forenses que compareceram ao primeiro julgamento de Jessica disseram que ela sofre de Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC), autismo e deficiência intelectual leve, acompanhados de episódios de raiva incontrolável.

A juíza Helen Wilson considerou os diagnósticos dos psiquiatras e entendeu que, por não conseguir se controlar, Jessica acabou atacando a mãe. No entanto, para a magistrada, “não havia dúvida” de que a acusada tinha ciência que fez algo errado porque, inicialmente, ela alegou à polícia que agiu em legítima defesa ao atacar a mãe.

“Ela [Rita] deve ter sentido uma dor extrema, [ficado] chocada e apavorada com o que sua filha amada estava fazendo com ela”, afirmou Wilson, que também determinou que Jessica só poderá pedir a liberdade condicional após cumprir 16 anos e dois meses da pena em regime fechado.

O caso

O crime aconteceu em 21 de julho de 2019, na Austrália. A cabeça decapitada de Rita foi encontrada em uma trilha perto da casa dela. Enquanto as outras partes do corpo, como a ponta do nariz, foram encontradas no chão da cozinha da residência.

Jessica chamou a emergência logo após atacar a mãe e alegou agir em “legítima defesa”. O socorro encontrou a jovem na rua em frente de casa, coberta de sangue e segurando uma garrafa de água nas mãos. Ela ainda contou que sua mãe teria a agarrado pelos cabelos dentro de casa e tentou esfaqueá-la primeiro.

De acordo com familiares, antes do crime, Rita estava desesperada e chegou a pagar mais de US$ 2.500, mais de R$ 13 mil, para que uma “comunicadora espiritual” retirasse um “demônio” de Jéssica. No entanto, a profissional não realizou o serviço e ficou com o dinheiro da vítima.