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Uma mulher foi encontrada morta dentro do apartamento em que vivia com a família, no bairro São Domingos, na zona norte de São Paulo, no último domingo. Segundo informações, Leonardo Souza Ceschini confessou ter assassinado a esposa, Érica Fernandes Ceschini, após uma discussão sobre futebol. Ela era palmeirense, e ele, corintiano.

O crime teria ocorrido após o casal chegar em casa depois de uma comemoração pelo título alviverde na Libertadores da América.

Enquanto participavam da comemoração, Leonardo e Érica deixaram os filhos gêmeos, de 2 anos, com os primos dela no apartamento. Depois que o casal chegou, os meninos ficaram dormindo no quarto, e os parentes foram embora

Horas depois, a mulher foi encontrada morta sobre uma poça de sangue. Segundo a polícia, a vítima, que trabalhava no ramo de produtos médicos e hospitalares, parecia ter “lesões nas pernas e costas, aparentemente por instrumento cortante, sendo que havia uma faca próxima a ela”.

Três versões do crime

Segundo informações, o B.O. (Boletim de Ocorrência), apresenta três versões do ocorrido. O primeiro relato feito pelo policial que atendeu a ocorrência indica que a mulher havia tentado matar o marido e, em seguida, tirado a própria vida no interior do apartamento.

Já Leonardo, que estava ferido no abdome, contou inicialmente aos policiais que “Érica o atacou com a faca, atingindo-o no abdome, e cometeu suicídio”. Mas logo em seguida, segundo a PM, o corintiano mudou a versão.

“[Após ser atingido] Ele [Leonardo] conseguiu tomar-lhe a faca e desferir vários golpes que causaram a morte dela, entendendo [ele] que acabou se excedendo”, informou a polícia.

“O motivo de tudo foi [sic] desavenças devido a cada um ser torcedor de um time de futebol diferente, observando a final da Taça Libertadores da América: ela palmeirense, ele corintiano”, descreve o B.O.

Imediatamente, os policiais deram voz de prisão e o conduziram ao Hospital do Mandaqui, na Zona Norte da capital paulista.

Segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública) de São Paulo, o caso foi registrado em flagrante como homicídio qualificado pelo 33º DP (Pirituba), que comanda as investigações. O suspeito, que trabalha como vendedor, está preso preventivamente.

Ele foi submetido a uma cirurgia ainda na madrugada de domingo (31), razão pela qual, segundo o B.O, ainda não havia sido interrogado. O apartamento passou por perícia e a faca foi recolhida.

A recepção do Hospital do Mandaqui informou que não presta informações sobre estado de saúde de seus pacientes por telefone, apenas no local, Leonardo segue internado, sob custódia da PM.

Procurada pela reportagem, a advogada Alessandra Martins Cordeiro, que defende Leonardo, não retornou o contato. O texto será atualizado caso a defesa se pronuncie.

Família diz nunca ter presenciado briga

Rene Luiz Fernandes, tio de Érica, disse que a família dela “nunca presenciou qualquer briga, agressão entre eles, nem soube de relatos de brigas”.

“Todos estamos espantados com o que aconteceu e surpresos, pois jamais imaginaríamos que algo tão grave como isso pudesse acontecer”, disse Rene. “Os dois, já casados há nove anos, tinham um bom relacionamento com as duas famílias. O sentimento é de surpresa e revolta. E queremos que a justiça seja feita.”

Érica foi sepultada na segunda-feira. Os filhos dela foram ao local do velório, mas segundo Rene, ficaram na parte externa de onde estava o corpo.

O tio conta que os garotos estão aos cuidados da avó materna: “A mãe da Érica vai buscar orientação com uma psicóloga infantil, para auxiliar neste processo de contar aos gêmeos sobre a morte da mãe.”

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