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Feriado da Páscoa encurtou semana de trabalho dos parlamentares

 Em uma semana “curta”, devido ao feriado da
Páscoa, as votações na Câmara dos Deputados e no Senado Federal devem se
concentrar, na Câmara, no projeto de socorro financeiro aos estados mais
endividados, batizado Plano Mansueto; já no Senado, na Proposta de
Emenda à Constituição (PEC) 10/2020 que autoriza a criação de um orçamento
paralelo ao do Orçamento-Geral da União para financiar as medidas de combate a
pandemia do novo coronavírus (covid-19), o chamado Orçamento de Guerra.
 O texto
da PEC foi aprovado,
na última sexta-feira (3), na Câmara e agora aguarda a
análise dos senadores. Já o Plano Mansueto, que altera regras para os estados
ingressarem no Regime de Recuperação Fiscal, prevê a liberação de empréstimos
com aval da União para resolver os problemas financeiros dos estados que, em
contrapartida, devem adotar medidas de ajuste fiscal. O projeto teve o regime
de urgência aprovado na semana passada.
 A previsão é que o projeto entre na pauta de
votações da Câmara amanhã (7). No final da tarde desta segunda-feira, o
presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) terá uma reunião virtual com os
líderes para fechar a pauta. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP),
também convocou uma reunião de líderes para o final da tarde.

 Votações

 Desde a intensificação da crise provocada pela
pandemia de covid-19 no país, as duas casas legislativas decidiram focar a
atuação na aprovação de projetos para o combate ao coronavírus. Uma das
primeiras medidas foi a aprovação do pedido de decreto para declarar estado de
calamidade pública. Além dessa proposta, uma das principais medidas votadas até
o momento nas duas casas foi o projeto que concede um auxílio de R$ 600 a
trabalhadores informais, pelo período de três meses, projeto conhecido como
“coronavoucher”.
 Para dar mais rapidez à análise e votação
de propostas, a Câmara e o Senado também
adotaram um ato conjunto
alterando a tramitação das medidas provisórias
(MPs) durante a pandemia do novo coronavírus. O ato trata das medidas editadas
na vigência dos estados de emergência em saúde pública e de calamidade em
decorrência da pandemia. Com isso, o prazo máximo para aprovação das MPs deixa
de ser 120 dias e pode cair para 16 dias.
 O ato estabelece que as MPs editadas deixam de
passar pelas comissões mistas, sendo apreciadas diretamente no plenário das
duas Casas. “As medidas provisórias serão instruídas perante o plenário da
Câmara dos Deputados e do Senado Federal, ficando excepcionalmente autorizada a
emissão de parecer em substituição à Comissão Mista por parlamentar de cada uma
das casas designado na forma regimental”, diz o ato.
Além
da PEC do Orçamento de Guerra, a Câmara aprovou o projeto de lei que suspende por até 90 dias o pagamento da
contribuição previdenciária patronal.
 O texto também proíbe a aplicação de multa
pela falta de entrega de declarações e documentos fiscais. O objetivo da
proposta é preservar empregos e atividades econômicas afetadas pela emergência
em saúde pública.
 Os deputados também aprovaram um projeto
autorizando estados e municípios a usarem saldos de repasses de anos anteriores
do Ministério da Saúde em serviços de saúde diversos dos previstos
originalmente. O texto determina que os recursos poderão ser usados apenas
enquanto durar o estado de calamidade pública.
 Os deputado aprovaram ainda um projeto que
estabelece o prazo de 72 horas para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa) autorizar a distribuição e importação de materiais, medicamentos,
equipamentos e insumos da área de saúde registrados por autoridade sanitária
estrangeira e autorizados à distribuição comercial em seus respectivos países.
 Já o Senado aprovou projetos como o que transfere R$ 2 bilhões da União para
santas casas
e hospitais sem fins lucrativos (filantrópicos). Os recursos
são destinados a uma ação emergencial coordenada no combate à pandemia.
 Os senadores também aprovaram um projeto
expandindo o alcance do coronavoucher e que cria o Programa de Auxílio Emprego,
autorizando o Executivo a pagar parte dos salários de trabalhadores. As duas
propostas aguardam análise da Câmara dos Deputados.
 Além das duas propostas, o Senado aprovou
projetos liberando o uso da telemedicina (atendimento de pacientes a distância,
por meio de recursos tecnológicos) durante a pandemia de coronavírus no Brasil;
dispensando empregados infectados por coronavírus ou que tiveram contato com
doentes de apresentar atestado médico para justificar a falta ao trabalho; e
suspendendo por 120 dias a exigência de manutenção de metas quantitativas e
qualitativas estabelecidas em contratos de prestadores de serviços no âmbito do
Sistema Único de Saúde (SUS). Os projetos, que já haviam sido aprovados na
Câmara, aguardam agora a sanção presidencial para começarem a valer.
Foto: Marcello Casal Jr.