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Mundo – A Rússia promove, nesta quarta-feira (19), um desfile militar de navios de guerra na cidade de São Petersburgo, onde as embarcações navegam sob os olhares atentos da população local. A Parada Militar da Marinha, que acontece todos os anos no último domingo de julho, já começou no país e ocorre dois dias depois de Vladimir Putin anunciar o fim de um acordo comercial fundamental para o mundo.

O trato permitia à Ucrânia vender a outros países os cereais que produz e que abastecem o planeta. O pacto também autorizava a Rússia a exportar mercadorias pelo mar Negro. Agora, a Rússia já adverte que, caso a Ucrânia queira continuar a exportar os grãos pelo mar Negro, não haverá “garantias de segurança” para os navios cargueiros.

Na prática, os navios de guerra da Rússia poderão atirar nas embarcações civis ucranianas e afundá-las após o término do acordo. “A falta de garantias de segurança adequadas provoca alguns riscos”, disse, em tom de ameaça, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

O membro do governo russo respondia a uma pergunta sobre a vontade expressa pela Ucrânia de continuar com o comércio internacional de grãos pelo mar. Ao enfatizar a posição da Rússia, o chanceler do país, Serguei Lavrov, disse ao ministro de relações exteriores da Turquia, Hakan Fidan, que com o fim do acordo será feita “a retirada de garantias de segurança de navegação”. A Turquia mediou o pacto entre Rússia e Ucrânia.

A razão para a Rússia ter se recusado a renovar o pacto dos grãos com a Ucrânia, fato que respinga no mundo e pode gerar escassez de alimentos, é que o país estaria sendo prejudicado na exportação de produtos agrícolas e fertilizantes.

O porta-voz do governo russo também acusou a Ucrânia de usar “com fins militares” o corredor marítimo no mar Negro para a exportação de grãos. Um dia antes de o governo Putin se recusar a prolongar o pacto, um drone naval atingiu uma ponte crucial da Crimeia, território anexado pela Rússia, e matou duas pessoas.

Em represália a esse ataque à ponte, a Rússia destruiu, com mísseis, “as instalações onde se preparam atos terroristas contra o país” na Ucrânia. No local, supostamente, também eram preparados os drones que atingem a Rússia.

A população russa de São Petersburgo acompanhou de perto o poderio bélico dos navios da Marinha do país.

Fonte: Agência Brasil