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Costureira estava de moto, a caminho de casa, quando foi atingida. Relatório da Guarda Civil Metropolitana indica aumento no número de ocorrências envolvendo cerol.
A costureira Elisângela Bezerra Ferreira, de 38 anos, quase morreu ao ter o pescoço atingido por uma linha de cerol em Goiânia. Ela conta que estava voltando para casa pilotando uma moto quando foi atingida. A mulher precisou levar seis pontos no pescoço.
“Na hora, eu senti cortando. Fiquei desesperada quando vi que era uma linha com cerol. Eu pensei que ia morrer. Os médicos me disseram que, por um milímetro, teria pego minha artéria e eu teria morrido”, relata a costureira.
O acidente aconteceu na tarde de domingo (31), no setor Vera Cruz II. Amiga da costureira, Joana Francisca Bernardes, de 53 anos, estava na garupa da moto e conta que foi quem ajudou a socorrer Elisângela.
“Ela gritou falando que estava queimando o pescoço. Parou a moto. Quando vi, tinha um buraco no pescoço dela. Enfiei a mão e tirei a linha. Não sei como tive forças”, lembra a amiga
Elisângela pede para que as pessoas tenham mais consciência e deixem de usar linhas com cerol, que é proibido por lei e pode tirar vidas. “Estou indignada, triste, com tanta linha de cerol que está por aí. Meu pedido é para que os pais conversem com os filhos. Não deixem usar”, afirma.
Aumento do uso de cerol
Conforme relatório divulgado pelo comando da Guarda Civil Metropolitana de Goiânia, desde o mês de março, o número de ocorrências relacionadas ao uso do cerol vem crescendo em todas as regiões da capital, principalmente na noroeste.
O relatório foi divulgado na segunda-feira (1º) e reúne ocorrências relacionadas ao uso do cerol em geral, que envolve o artefato caseiro e o fabricado em indústrias. Segundo o relato, nos meses de março e abril houveram apenas um registro, já em maio foram 108.
Os números de ocorrências por região são:
  • Noroeste 24;
  • Leste – 22;
  • Sudoeste – 20;
  • Oeste – 18;
  • Central – 17;
  • Norte – 16;
  • Sul – 14.
Segundo o comandante da corporação, Wellington Paranhos, o aumento das ocorrências pode estar relacionado à pandemia do coronavírus.
“Isso se dá devido às circunstâncias atuais da pandemia do coronavírus, onde as aulas nas escolas estão suspensas e, com isso, as crianças tendem a ficar mais tempo em casa”, avalia.
O comandante complementa que a GCM vem realizando ações educativas em toda a cidade em virtude deste aumento. A corporação ressalta que nos últimos quatro anos não houve mortes de pessoas atingidas por cerol.
Qualquer pessoa pode denunciar casos de uso de cerol pelo telefone 153.